A crítica da lucidez
Crônica, por Mariana Collares.
Lucidez demais atrapalha.
Já vi pessoas reclamarem dos parceiros, amigos ou familiares dizendo: “Ele/ela vive num mundo só dele(a)”, como se isso fosse algo péssimo.
Quer saber? Fantasia não é ruim nunca. Pelo menos não pra quem fantasia. Porque isso, creiam, afasta a pessoa dos malefícios da vida cotidiana – essa que enche as redes sociais de falsos perfis, ou as caixas de correio com tantas contas e problemas tarifados, ou mesmo a paciência com tantos grilos e expectativas inúteis.
Hoje me deparei com essa questão após ter perdido três santas-horas do meu sono, pensando na cama. Imaginando coisas e me dando por conta de quantas e quantas circunstâncias não dependem de minha vontade ou boa-vontade. O céu age por conta própria, prescindindo, muitas vezes, do nosso esforço. Então tanta “lucidez” pra quê?
Aí tive a grande sabedoria de pensar: “Poxa, o que é que eu ganho com isso? Será que a vida não vale mais a pena ser vivida entre um sonho e uma esperança? Será que o mundo precisa realmente acabar numa conta bancária, ou num 'não' que veio ao invés de um 'sim', ou naquilo que poderia ter sido e não pôde? Será que os malucos-beleza que vivem no seu mundinho paralelo não descobriram a grande fórmula da felicidade, e esta não precisa de 'Prozac'?”
Bom, não sei vocês, mas eu, hoje, faço uma crítica severa à lucidez.
Se ela tem que andar de mãos dadas com as impossibilidades, não a quero. Não agora. Não enquanto só servir para me paralisar.
Que venha, apenas, e de vez em quando, e silenciosa, pra me tirar do meu sossego quando algo efetivamente estourar de vez e necessitar de alguma atuação positiva da minha parte. Até lá, fico sonhando. Só, no meu planeta-bolha, onde sempre faz sol, sempre tem música, e tudo o que depende dos outros, depende antes exclusivamente de mim.
Há algo mais saudável do que isso?
Já vi pessoas reclamarem dos parceiros, amigos ou familiares dizendo: “Ele/ela vive num mundo só dele(a)”, como se isso fosse algo péssimo.
Quer saber? Fantasia não é ruim nunca. Pelo menos não pra quem fantasia. Porque isso, creiam, afasta a pessoa dos malefícios da vida cotidiana – essa que enche as redes sociais de falsos perfis, ou as caixas de correio com tantas contas e problemas tarifados, ou mesmo a paciência com tantos grilos e expectativas inúteis.
Hoje me deparei com essa questão após ter perdido três santas-horas do meu sono, pensando na cama. Imaginando coisas e me dando por conta de quantas e quantas circunstâncias não dependem de minha vontade ou boa-vontade. O céu age por conta própria, prescindindo, muitas vezes, do nosso esforço. Então tanta “lucidez” pra quê?
Aí tive a grande sabedoria de pensar: “Poxa, o que é que eu ganho com isso? Será que a vida não vale mais a pena ser vivida entre um sonho e uma esperança? Será que o mundo precisa realmente acabar numa conta bancária, ou num 'não' que veio ao invés de um 'sim', ou naquilo que poderia ter sido e não pôde? Será que os malucos-beleza que vivem no seu mundinho paralelo não descobriram a grande fórmula da felicidade, e esta não precisa de 'Prozac'?”
Bom, não sei vocês, mas eu, hoje, faço uma crítica severa à lucidez.
Se ela tem que andar de mãos dadas com as impossibilidades, não a quero. Não agora. Não enquanto só servir para me paralisar.
Que venha, apenas, e de vez em quando, e silenciosa, pra me tirar do meu sossego quando algo efetivamente estourar de vez e necessitar de alguma atuação positiva da minha parte. Até lá, fico sonhando. Só, no meu planeta-bolha, onde sempre faz sol, sempre tem música, e tudo o que depende dos outros, depende antes exclusivamente de mim.
Há algo mais saudável do que isso?
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Créditos da imagem: Site olhares - fotografia online
Malabares, por Diogo Augusto.
Se a lucidez nada nos elucida, fiquemos pois no vácuo!
ResponderExcluirAbraços
mas já estou confuso,nem sei mais que horas a lucidez chega ou sai do meu planeta-bolha!
ResponderExcluirFlw!