I Concurso Literário Benfazeja

Série Identidade II




Poemas de alessandra cantero



útil para o desuso
eu

ñ conservo o pote vazio
bonito
do iogurte recém consumido
me recuso a reutilizar

eu ñ reciclo o lixo
eu me reduzo
a cultivar sicômoros

eu ñ aguardo
eu me recluso
em meio a versos livres
sem socialidades

dialogo com o escuro sujo
do mundo
perecível sem conservantes
inaproveitável para a próxima
e mais perene
geração futura
com a qual ñ contribuo

pq me salvo
como rascunho




enquanto
me olham

e aguardam
todos

um sorriso sincero

eu divago
e desespero



Créditos da imagem: olhares.pt
Apenas TU olhar, por ®gonçalves

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