Discos
Crônica, por Mariana Collares
Sim. Eu ainda compro discos.
Sei que a época não é tão propícia. Que o preço é caro para qualquer assalariado brasileiro, que a net está lotada de programas que “baixam” arquivos de música em mp3, que a maioria dos modernos aparelhos de som são voltados para os tais arquivinhos musicais. Eu mesma tenho um ipod e sei que ele tem lá as suas vantagens. Mas compro discos. Louca? Talvez.
Mas acho que a arte dos discos é mais que auditiva, é visual. Audiovisual, que seja.
A arte dos discos vem desde a impressão do texto das letras, as fotos escolhidas, a cor e a textura dos encartes.
O disco é, em sua totalidade, a obra de arte do músico.
Há mais. O preço, ao contrário de me espantar, me instiga. Realmente, por ser difícil adquiri-los acabo dando mais valor ao prazer que os discos me proporcionam. Ouço-os, tantas e tantas vezes que até enjôo e passo meses sem tocá-los na prateleira.
Aliás, adoro prateleiras. De discos, de livros, de quinquilharias. Adoro prateleiras e quem tem prateleiras cheias de coisas interessantes para se ver de pertinho, devagar, percorrendo os dedos por entre as estantes e escolhendo ao acaso algo que pareça um objeto sacro ou religioso.
Minha casa está cheia deles. Objetos que lembram, que fazem pensar, que brotam no meu rosto um sorriso ou mesmo uma lágrima.
E eis os discos a fazer parte do meu cantinho, da minha solidão sonora.
E, veja bem, amo os meus poucos ídolos. Não quero que eles morram de fome pela pirataria e se juntem à plebe rude e sem criatividade que assola nossa sociedade do copismo.
Pelo contrário, quero mais é estimulá-los à atividade criativa, para que continuem me dando o grande deleite e a grande sabedoria de ouvi-los tocar na minha vitrolinha, sob a acústica metálica de uma caixinha de som.
"O disco é, em sua totalidade, a obra de arte do músico."
Sim. Eu ainda compro discos.
Sei que a época não é tão propícia. Que o preço é caro para qualquer assalariado brasileiro, que a net está lotada de programas que “baixam” arquivos de música em mp3, que a maioria dos modernos aparelhos de som são voltados para os tais arquivinhos musicais. Eu mesma tenho um ipod e sei que ele tem lá as suas vantagens. Mas compro discos. Louca? Talvez.
Mas acho que a arte dos discos é mais que auditiva, é visual. Audiovisual, que seja.
A arte dos discos vem desde a impressão do texto das letras, as fotos escolhidas, a cor e a textura dos encartes.
O disco é, em sua totalidade, a obra de arte do músico.
Há mais. O preço, ao contrário de me espantar, me instiga. Realmente, por ser difícil adquiri-los acabo dando mais valor ao prazer que os discos me proporcionam. Ouço-os, tantas e tantas vezes que até enjôo e passo meses sem tocá-los na prateleira.
Aliás, adoro prateleiras. De discos, de livros, de quinquilharias. Adoro prateleiras e quem tem prateleiras cheias de coisas interessantes para se ver de pertinho, devagar, percorrendo os dedos por entre as estantes e escolhendo ao acaso algo que pareça um objeto sacro ou religioso.
Minha casa está cheia deles. Objetos que lembram, que fazem pensar, que brotam no meu rosto um sorriso ou mesmo uma lágrima.
E eis os discos a fazer parte do meu cantinho, da minha solidão sonora.
E, veja bem, amo os meus poucos ídolos. Não quero que eles morram de fome pela pirataria e se juntem à plebe rude e sem criatividade que assola nossa sociedade do copismo.
Pelo contrário, quero mais é estimulá-los à atividade criativa, para que continuem me dando o grande deleite e a grande sabedoria de ouvi-los tocar na minha vitrolinha, sob a acústica metálica de uma caixinha de som.
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Texto extraído do livro DEVANEIOS LITERÁRIOS, de Mariana Collares, Editora Bookess, 2010
Facebook: Mariana Collares
Blog
E-mail: mariana_collares@hotmail.com
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Créditos da imagem:
Na década de 70, por Darlene Freitas
Poxa, aqui em Sampa tem uns lugares ótimos para comprar Discos. Até a minha adolescência, meus amigos e eu também comprávamos discos em sebos e isso me trás boas lembranças.
ResponderExcluirparabéns pelo texto. Realmente, prateleiras são ótimos santuários!
Já tive muitos LPs de vinil, com o tempo os doei para os amigos, não sem dor no coração!
ResponderExcluirBelíssima crônica, repleta de valores!
Abraços renovados!