Poemas de Cris Grando
por Cristiane Grando.
quando?
poema inspirado na peça teatral “¿Cuándo?”, do grupo
Ultramarinos de Lucas (Espanha)
Ultramarinos de Lucas (Espanha)
lá onde vivi
nas árvores
havia peras e maçãs
minhas mãos eram pura seda
ao tocar a pele lisa-brilhante
e depois grãos de areia
ao sentir em fogo o amarelo vivo
eu era menina em meus olhos
e queria ser mulher
ao preparar tortas de frutas frescas:
a polpa carnosa quase líquida
espumosa ao se derreter com o açúcar
eu era mulher e te colocava na boca um pedaço de vida
amor, caramelo em sonhos
eu era menina, mulher
era amada
e sabia
aquele sorriso
são amorosos e espontâneos os baianos!
para os meus amigos Paloma, Jorge Amado, Alê Casali, Demian Reis, Celo Costa e Alexandre Carvalho
poema inspirado no espetáculo “Tataravô” (Brasil)
para os meus amigos Paloma, Jorge Amado, Alê Casali, Demian Reis, Celo Costa e Alexandre Carvalho
poema inspirado no espetáculo “Tataravô” (Brasil)
o sorriso vem de dentro
sim
o meu corpo está pedindo
um sorriso de dentro
dos olhos
um sorriso que de dentro venha
dos olhos
que vale mais que mil sapatos
porque posso andar descalça
a pé
posso
eu posso andar
por isso sou viajante
e canto
e choro de alegria e saudade
sou caminante
sou uma
e só caminho pelas ruas
praças, portos, estradas de terra
voo por meu país e por tantos outros
sempre em busca de um sorriso
de um palhaço daquela infância perdida no tempo
ou de um amigo antigo
de um novo amigo talvez
para que me reencontre
ao lhe dar um beijo no rosto
ah, deixa entrar
a luz do vento
o sorriso nos olhos
o voo
deixa entrar
meu coração não se cansa
canta o Caetano
o coração não se cansa
de dar
receber
meu coração não se cansa de ser
*
Créditos da imagem:
Espetáculo “Tataravô”: Alexandre Casali, Celo Costa, Demian Reis. Arquivo: FITIJ.
Cris, não sei se é porque sou ator de teatro também. Só sei que os dois poemas me fascinaram por demais. Parabéns. Bjs!!!
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