A voz que cala
Crônica, por Mariana Collares
Se há algo que o universo masculino precisa aprender com esse jeito-de-ser próprio da mulher é isto: deixe-a falar. Porque enquanto ela tiver algo a dizer, enquanto ela achar que pode e precisa se expressar, enquanto ela pensar que argumentos não são meras bolhas de sabão a estourar inutilmente no ar, ela estará dando uma chance à razão. Mais: estará dando uma chance de ser persuadida.
Sim, sei que homens dizem freqüentemente detestar as famosas “DRs’. Pra quem não sabe: “discutir a relação”. E ouso dizer que compreendo, muitas vezes, que essa necessidade quase atávica feminina tem lá seu lado ruim, principalmente se utilizada com exagero, o que, convenhamos, em se tratando de mulheres, não é lá coisa muito difícil.
Mas não tiro a razão das moças, e obviamente me incluo entre elas.
Antes a conversa, do que a omissão insatisfeita. Antes o esforço pelo convencimento, do que a violência. Antes a exaustão do que se diz, do que a negligência do que se evita.
Então fiquem atentos. No momento em que uma mulher pára de dizer é porque já resolveu, ou já cansou, ou pior: já desistiu. E muitas vezes é nesse momento que o lado masculino aflora lá do subconsciente para tentar salvar do naufrágio o barquinho que já afundou há tempos.
E digo isto porque canso de ver por aí homens que resolvem “lutar” pelo convencimento quando a “parceira” já dobrou a esquininha metafórica da vida e decidiu seguir o próprio rumo. Agora sem dizer mais, porque o silêncio se fez inexorável. E dele já não consegue sair, porque quando calou a voz parece que morreu pra fora. Fica lá dentro, retumbando, mas sem ecoar no vácuo.
Então não reclamem, ouçam. Depois reflitam, digam, façam a dialética. Se nada ecoar ou resolver, aí sim, vão ver o tal futebol bebendo cerveja com os amigos. E que o silêncio delas lhes seja compensador. Ou desejado. Mas principalmente: considerado.
Sim, sei que homens dizem freqüentemente detestar as famosas “DRs’. Pra quem não sabe: “discutir a relação”. E ouso dizer que compreendo, muitas vezes, que essa necessidade quase atávica feminina tem lá seu lado ruim, principalmente se utilizada com exagero, o que, convenhamos, em se tratando de mulheres, não é lá coisa muito difícil.
Mas não tiro a razão das moças, e obviamente me incluo entre elas.
Antes a conversa, do que a omissão insatisfeita. Antes o esforço pelo convencimento, do que a violência. Antes a exaustão do que se diz, do que a negligência do que se evita.
Então fiquem atentos. No momento em que uma mulher pára de dizer é porque já resolveu, ou já cansou, ou pior: já desistiu. E muitas vezes é nesse momento que o lado masculino aflora lá do subconsciente para tentar salvar do naufrágio o barquinho que já afundou há tempos.
E digo isto porque canso de ver por aí homens que resolvem “lutar” pelo convencimento quando a “parceira” já dobrou a esquininha metafórica da vida e decidiu seguir o próprio rumo. Agora sem dizer mais, porque o silêncio se fez inexorável. E dele já não consegue sair, porque quando calou a voz parece que morreu pra fora. Fica lá dentro, retumbando, mas sem ecoar no vácuo.
Então não reclamem, ouçam. Depois reflitam, digam, façam a dialética. Se nada ecoar ou resolver, aí sim, vão ver o tal futebol bebendo cerveja com os amigos. E que o silêncio delas lhes seja compensador. Ou desejado. Mas principalmente: considerado.
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Créditos da imagem: Site olhares - fotografia online
Discussão entre aves, por Irene Rosa.
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