I Concurso Literário Benfazeja

Sexo delicado



Crônica de Giovana Danaceno.

Nunca tive esta experiência. Jamais precisei tomar uma decisão a respeito. Em nenhum momento estive a beira de cometer tal deslize (?). Mas isso não quer dizer que não seja comum. Aliás, muito comum. O tema é delicado, mas não vou me furtar a usar o verbo claro: trepar com amigo.

Há poucos meses uma amiga me relatou seu drama: se topava ou não uma experiência sexual com um grande amigo, por quem nutria não só alta estima, como também um tesão ardente. Acompanhei a história toda, desde os primeiros jantares, os telefonemas, conversas pelo MSN, a insistência do rapaz e as recusas dela, por medo de estragar a amizade. O mesmo medo de sempre, por sinal, mas sempre vencido pelo desejo irrefreável.

Ela topou, mas o que a salvou foi o próprio moço. Saíram uma vez, trocaram beijos e carinhos. Porém, antes de chegarem aos finalmentes, o cara (neste caso, homem não foge à burrice), amigo do ex dela, achou de se sentir culpado. A amizade se degringolou por ali mesmo, sem sequer experimentarem o que ainda haveria pela frente.

O que me chama a atenção é ter ouvido outra história parecida há alguns dias, só que de um amigo que se dizia interessado por uma super amiga. Disse interessado; não apaixonado. Está a fim de trepar com ela. Apenas isso.

Até onde sei, ainda não rolou, mas o drama é mais comum do que eu pensava, talvez por não fazer parte da minha realidade. Pode ser que este pessoal solteiro e soltinho tenda a se sentir tão carente, que fantasia uma relação de sexo fantástico com uma pessoa de confiança, ou seja, o melhor amigo ou ao menos um grande amigo. Sei lá, posso estar viajando.

Tenho um amigo que por muito tempo não se perdoou por um beijo (!) trocado com a mulher de um grande amigo dele. E não foi uma beijoquinha. Foi beijo de cinema. Batiam um longo papo, que após numerosos copos foi ficando profundo demais, e então, sob forte emoção, os dois se jogaram nos braços um do outro. Ficou por isso, nada mais, e mesmo assim ele levou anos para se livrar de certo incômodo. Hoje os três ainda mantêm a amizade, se frequentam, já têm filhos adolescentes. E penso que ninguém mais soube desta história além de mim.

O fato de eu ter citado dois casos que não derem certo não quer dizer que não valha a pena. Com certeza deve haver muita gente que curtiu esta experiência com resultados memoráveis. Até gostaria de ter acesso a alguns relatos para enriquecer meus arquivos de histórias de pessoas. Com certeza há muita coisa interessante por aí pra ser contada.

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Crédito da imagem: Olhares.pt

2 comentários:

  1. Como sempre chamando a atenção de todos com seus temas atualíssimos. Muito bom...Bj da Kika

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  2. Giovana, vive acontecendo com uma amiga nossa. Esse foi um dos relatos dela...rss bjss

    Amores de Carnaval

    Quarta-feira de cinzas... Hora de recomeçar, com muitas promessas de melhoria de emprego, dedicação à família, amigos e esquecer, ou não, os amores de Carnaval. Ah, os amores de Carnaval nos remetem a alegria de estar viva, de ser percebida no meio de palhaços, colombinas, batuques, bebidas e muitas, mas muitas mulheres, feias, bonitas e maravilhosas. Ser paquerada num ambiente desses é loteria. Não que a gente não mereça! É porque é muita gente mesmo para competir. São quatro dias para seduzir alguém, talvez para o resto de nossas vidas, ou por uma noite apenas.


    Não é no Carnaval dos grandes blocos ou de Salvador, mas os carnavais das pequenas cidades. Você consegue sim, beijar uma à noite inteira, ano ou vida inteira a mesma pessoa. Agora tem as armadilhas. Por exemplo: beijar o seu amigo. Nessa festa quase profana, isso acontece. A música, a bebida nos leva a ficar, digamos, expostas e aí surgem os “erros” de Carnaval. E confundem a nossa cabeça de uma maneira avassaladora. Não que isso seja de tudo ruim. É só para pensar.


    Amores de Carnaval acontecem esses embaraços. Pode notar que depois feriado, alguns casais se separam e formam outros pares. Se você vai ao mesmo lugar todo ano, vai perceber melhor. Só é estranho quando acontece com você. No primeiro ano casada, no segundo com o novo namorado e no terceiro beijando seu amigo.



    Ah, os amores de Carnaval, Tenho uma amiga que termina antes e volta depois, outra que volta para o namorado nesse período para não ficar sozinha., mais uma que fica com todo mundo e outra que some para fingir que estava com alguém.



    Na verdade, o que se procura, na minha modesta opinião, é encontrar alguém em um período que as pessoas estão mais disponíveis. Diferente de outros feriados. Parece mais fácil apostar e conseguir. Quando acontece é muito bom. Se não acontecer é se preparar para o próximo carnaval. Com os mesmos truques, os mesmos erros e os acertos.



    E depois recomeçar com : melhorias no emprego, ficar com a família, amigos e esquecer, ou não, os casos de ...

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