I Concurso Literário Benfazeja

vampiro




Conto de Renato Essenfelder.

Acordou tarde, alisou a barba, fez força para lembrar dos sonhos da noite anterior, repassou mentalmente a lista de pendências para o dia, lembrou-se subitamente dela.

Olhou para ela: seu pescoço branco, os cabelos desalinhados pela agitação noturna [e um tanto mais ralos], a tatuagem empalidecida, as mãos dobradas em concha, como uma toalha de linho branco, o corpo magro todo arqueado, o esgarçamento da camisola na altura do seio, iluminado.

Fez força para lembrar dos sonhos da noite anterior.

Olhou para ela: o corpo sinuoso sobre os lençóis, os braços levemente abertos em sua direção, a tatuagem ainda úmida encoberta pela seda da camisola recém-comprada, os cabelos longos e negros formando uma crina brilhante sobre o travesseiro.

Sorriu [então era assim]. Olhou pela janela, por onde entrava uma fresta do dia. Selou-a como pôde. Deitou-se novamente, aconchegado. Só mais 15 minutos e levantaria.


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Créditos da imagem: Olhares.com
SLeEpiNg BeAutY..., por Rui Monteiro

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