Becos

Poema de Leila Krüger
Deus!
Quantas ruas escuras e becos eu tive que vagar
em busca
de um amor que não podia ter...
em busca
de um afago que não estaria nunca em um orgasmo
em um beijo dócil por acaso.
Quantos olhares roubados...
Quantas mãos despedaçadas em adeuses inevitáveis quantos rostos amáveis que foram
fumaça na madrugada.
Quanta lágrima com pedaços crus de alma...
Quantos drinques amargos, quantos cansaços
quantas promessas
que já surgiram quebradas
por trás de sorrisos encantadores.
Quantas dores...
quantas dores de parto em dias de paredes
que gritavam no quarto.
Gritavam Teu nome...! Que eu não conhecia...
Quantos desvarios
quantos rios eu atravessei, sem saber nadar
para de repente tocar a luz da Tua essência
que me recriou.
E eu nada sei além de Ti...
(Do livro A Queda da Bastilha)
*
Créditos da imagem: Olhares.com
Olhar, por J. Luiz do N. Alves
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