Sua Majestade: eu mesma!
Crônica, por Mariana Collares.
A primeira vez que ousei me intitular escritora foi de forma muito tímida. E pra quase ninguém. Na verdade, tenho há anos ensaiado essa estréia para o mundo, e há anos tenho me mascarado tentando disfarçar que eu sou e gosto e escrevo. Sim, o blog já existia há pelo menos cinco anos e eu jamais o divulguei. Quem o achou, quem o encontrou num dia de cliques despremeditados, leu e gostou, ou não. Um dia voltou. Noutro também. Noutro sei lá. Mas no dia em que me intitulei “escritora” algo mudou em mim. Acho que foi a primeira vez em que ousei, verdadeiramente. Eu ousei dizer a que vim. Eu sou! Gosta? Legal. Não gosta? Ok. Mas sou, independentemente do que pensa o mundo. E pra sermos não precisamos de autorização. A existência se faz só – coisa boa! E prescinde do gosto alheio - tanto melhor.
Conheço gente que tem muito talento mas pouca disposição. Conheço gente com talento e disposição mas sem coragem de ser. Porque um dia, numa infância triste ou solitária, alguém teve a coragem de suplantar os sonhos dessa pessoa dizendo: -Você não é capaz! E a ela acreditou nisso. Fez disso a sua bandeira e hoje se desculpa o tempo todo: - Sou assim e não consigo, não adianta...
Mas acreditem, amigos, ‘ser’ é crescimento. Não é por acaso que o Oráculo em Delfos nos dizia para conhecermos a nós mesmos. E Nietzsche acrescentou: “E torna-te quem tu és”. E tornar-se quem se é precisa de tempo e coragem. Necessariamente aquilo que se é não entrará no cabedal de gostos populares, ou não trará muito dinheiro ou posição. Talvez espante mais amores do que conquiste, mas vale o esforço. Porque a auto-sinceridade se paga, no final das contas, lá na velhice do nosso existir. São enfartos que deixamos de ter, neuroses adiadas para sempre, tristezas crônicas se tornando depressão. Tudo isso não combina com quem se topa. E se topa porque gosta do que é ou se tornou.
Eu me intitulei escritora. O fato de escrever desde os 4 anos não me tornou isso. Me tornei escritora quando disse, em alta voz: - Eu sou!
E ela ecoou pra sempre na minha biografia.
Conheço gente que tem muito talento mas pouca disposição. Conheço gente com talento e disposição mas sem coragem de ser. Porque um dia, numa infância triste ou solitária, alguém teve a coragem de suplantar os sonhos dessa pessoa dizendo: -Você não é capaz! E a ela acreditou nisso. Fez disso a sua bandeira e hoje se desculpa o tempo todo: - Sou assim e não consigo, não adianta...
Mas acreditem, amigos, ‘ser’ é crescimento. Não é por acaso que o Oráculo em Delfos nos dizia para conhecermos a nós mesmos. E Nietzsche acrescentou: “E torna-te quem tu és”. E tornar-se quem se é precisa de tempo e coragem. Necessariamente aquilo que se é não entrará no cabedal de gostos populares, ou não trará muito dinheiro ou posição. Talvez espante mais amores do que conquiste, mas vale o esforço. Porque a auto-sinceridade se paga, no final das contas, lá na velhice do nosso existir. São enfartos que deixamos de ter, neuroses adiadas para sempre, tristezas crônicas se tornando depressão. Tudo isso não combina com quem se topa. E se topa porque gosta do que é ou se tornou.
Eu me intitulei escritora. O fato de escrever desde os 4 anos não me tornou isso. Me tornei escritora quando disse, em alta voz: - Eu sou!
E ela ecoou pra sempre na minha biografia.
Parabéns pela coragem! Realmente é preciso muita para "torna-te quem tu és".
ResponderExcluirPara mim, a primeira coisa que eu me tornei de verdade foi escritora, pouco mais de um ano atrás. Eu escrevo já a uma década, mas só agora tive essa coragem. Também foi meio tímida no começo, mas agora é a coisa mais importante.
Só depois disso o resto de mim teve coragem de se mostrar, pouco a pouco, e ainda não sou completamente eu mesma. Admitir que eu sou, em primeiro lugar, escritora, está me fazendo caminhar na direção do auto-conhecimento mais rápido do que em qualquer outra época da minha vida. É realmente um sentimento preenchedor de vazios, o mero fato de reconhecer e admitir quem se é de verdade.
Mais uma vez, parabéns pelo insight, pela coragem e pelo belo texto!
Parabéns pela coragem! Realmente é preciso muita para "torna-te quem tu és".
ResponderExcluirPara mim, a primeira coisa que eu me tornei de verdade foi escritora, pouco mais de um ano atrás. Eu escrevo já a uma década, mas só agora tive essa coragem. Também foi meio tímida no começo, mas agora é a coisa mais importante.
Só depois disso o resto de mim teve coragem de se mostrar, pouco a pouco, e ainda não sou completamente eu mesma. Admitir que eu sou, em primeiro lugar, escritora, está me fazendo caminhar na direção do auto-conhecimento mais rápido do que em qualquer outra época da minha vida. É realmente um sentimento preenchedor de vazios, o mero fato de reconhecer e admitir quem se é de verdade.
Mais uma vez, parabéns pelo insight, pela coragem e pelo belo texto!
Cinthia, que coisa maravilhosa teu post! Fico muito feliz por encontrar pessoas que também estão atrás do seu caminho, com muita coragem. E para viver, não adianta, ou se tem coragem ou "a vida nos vive, e não nós a ela". Passa-se, não se vive. Fico feliz por ti e por todos aqueles que um dia se descobriram e, mais do que isso, disseram em alto e bom tom ao mundo a que vieram. Parabéns para nós, não? =)
ResponderExcluirObrigada pelas palavras.
E super bem-vinda!