I Concurso Literário Benfazeja

PÔ ÉTICA!



Poemas, por Caranguejúnior

Aqui, neste cantinho de Bits, Bytes, Gigas e placas maternais, digito esses pedaços de palavras, para que você (é você aí mesmo) passe sua íris, sua retina sobre o próprio e saia da rotina... Pode ser uma pupila dilatada ou um pupilo deletado, uma menina ou um menino, não importa a cor do seu cristalino, o olhar na tela e o sorriso (ou choro) é consequência, o sentimento gerado, disseminado, germinado o espera.



A poesia é a arma que não mata, declaremos Guerra! todos os dias, atirando versos e arremessando poesias molotov no ar.

Boa leitura!



 zUMBIsOMOS

Vivo numa grande bola
Luto!
Por um quilo de liberdade
Como um quilombola, batalho...
Encontro a Paz em
Luto...


Às vezes venço
Noutras, perco...


Lançando poesias molotov
Disparando poesias perdidas
Sigo marchando
Com o exército
Dos versos soltos


Gritamos por lugares
Marés e
Ares
Na batalha
Tal qual Palmares


Seremos nós
ZUMBI?






COMO MARIPOSA

Como
Mariposa

Maria Pousa
Sobre mim
Seus braços
Feito louca

Entre abraços
Sem fim

Segue voando...

Em direção
Ao céu
Da minha boca


ENTRE 4 POEMAS

Entre
Quatro
Poemas
Abri
A
Janela
E
Deixei
O
Verso
Entrar

Entre
Quatro
Poemas
Pendurei
Um
Quadro
Menos
Ruim
Do
Que
Costumo
Admirar
Entre
Quatro
Poemas
Dividi
Meu
Di
Versos
Móveis



Decidi
Viver
Para
Sempre
Preso
Entre
Quatro
Poemas

Entre quatro POEMAS tudo pode...



LIBERDADE CONDICIONAL

Muros
Grades
E cercas


Cadeados
Portões trancados
Arames farpados...


Gozo de plena
Liberdade
Preso em casa


Enquanto lá fora
A violência passeia
Tranquila... 


Monta sua barraca
E acampa


Bem debaixo
De nossos narizes....




O JANTAR

A noite
Lua nova
No firmamento


Sentamos à mesa
À luz de velas
Vinho branco e uvas


Brindamos


Conversamos sobre tudo
E riamos
Servimo-nos do banquete


Degustamos


No sofá, sorrisos...
Entre fumaça de cigarros
Tragos de Whisky


Leves toques


Antes da sobremesa
Tudo já indicava 
Um desfecho


Sensações



Os olhares
Já desenhavam
O próximo passo





Prato principal:

Nós...


Comemo-nos

Nus...








TORTUSO CASO RETO


Seu cafajeste! Como podes colocar um ponto final no nosso pretérito mais que perfeito?


O que? não me venha com interrogações, perguntas sem nexo, quero saber... o nosso sexo não foi bom?


(Comparações não são necessárias, nesse momento)


Deixe de ironia e me fale ao menos a verdade, não te causei sinestesia?


Apareceu alguém na sua vida... eu sei, já desconfiava desses seus encontros consonotais durante a noite e seus (tele)fonemas durante o dia, na sua agenda, tantos pronomes de mulheres... pensei que fosse coisas das minhas funções sintáticas, mas eu estava certa.


Você é um cachorro! Isso para que eu não fale uma antonomásia cabeluda a seu respeito, seu cretino! Você fingindo ser um ser possessivo e eu acreditei, na realidade você é indefinido, um sujeito oculto.


Eu mereço respeito, você desvirginou o meu acento agudo, me iludiu com seus gêneros e seus adjetivos maliciosos, agora vêm me falar que tudo não passou de locuções prepositivas.


Nossas fotos, nossos livros, nossos discos e dígrafos serão todos queimados, não quero lembranças suas, vou querer a divisão silábica dos nossos bens.


Chega de mentiras, esses seus substantivos compostos de demagogias não mas me enganam!


Eu deveria atirar um objeto direto na sua cabeça! seu salafrário!
Eu sou uma mulher de respeito, não deveria gastar seus verbos defectivos comigo, eu quero que você vá tomar no anacoluto! Seu filho da pauta! Não me procure mais, me esqueça!!




(Saiu pela porta gritando onomatopéias).






Fim.



Caranguejúnior








*

Créditos da imagem: Olhares.com
on, por Nuno Pacheco

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