Poemas de Flá Perez
Flá Perez
Geografia
Beijo o gigante adormecido.
Ele acorda,
vulcânico gemido
Exploro seu pico,
magma, sólido,
rocha, granito.
Ai , que língua bandeirante,
aventureira,
tem esse gigante!
Anda em montanhas,
planaltos, planícies.
esquadrinha toda superfície.
Sacia depressões
relativas, absolutas.
Sísmica, abala,
ondula.
Índice de umidade 100%
Provoca intensos
dobramentos.
Eu sedimento e peço:
- Inunda-me,
rio violento!
Dueto de Cordas e Vocais
Com você quero
preâmbulos
seus dedos de guitarra
so lan do
um violão clássico.
Meus bemóis e sustenidos
parecem plangentes,
soam doloridos.
Mas não tenha dó:
você me toca de ouvido.
tom- semitom-tom-tom- tom-semiton-tom
tom-tom-semiton-tom-tom-tom-semitom
Continua...quero longa introdução
e coro convulso, abafado
Bocas coladas,
Repete,
repete
repete,
esse refrão.
O andamento,você faz
o ritmo,eu peço.
Olhos nos olhos,voz de baixo,
diferentes melodias...
Ai, que todo dia é nota dez
em harmonia!
Sexto Dia
Sempre estive aqui.
Fiz a poeira tornar em esferas,
a pedra virar pó
e após milhões de auroras
à sua espera,
decidi:
Arqueozoicamente
-quero dizer
quando aqui era um só continente-
lhe fiz de terra, espuma,
sangue e vento
(cozinhei tudo em fogo lento)
Assim nasceu
minha agradável criatura,
meu amor descartável,
homem degradé,
biodegradável.
Você será o petróleo
da próxima civilização.
Verei os restos
da sua história
brotarem do chão.
Meteora
Calcinante,
bebo teu sêmen
ajoelhada em devoção.
Teu segredo é decifrado finalmente!
E meu presente:
a submissão.
Mas nessa hora
entro em combustão!
Ah! não te falei?
Sou meteora!
Transformei em cinzas a paixão.
Sendo assim,
te cuspo fora
volátil,
apagado de mim.
Poemas do livro "Leoa ou Gazela, Todo Dia é Dia Dela", Ed Utopia, 2009
Ele acorda,
vulcânico gemido
Exploro seu pico,
magma, sólido,
rocha, granito.
Ai , que língua bandeirante,
aventureira,
tem esse gigante!
Anda em montanhas,
planaltos, planícies.
esquadrinha toda superfície.
Sacia depressões
relativas, absolutas.
Sísmica, abala,
ondula.
Índice de umidade 100%
Provoca intensos
dobramentos.
Eu sedimento e peço:
- Inunda-me,
rio violento!
Dueto de Cordas e Vocais
Com você quero
preâmbulos
seus dedos de guitarra
so lan do
um violão clássico.
Meus bemóis e sustenidos
parecem plangentes,
soam doloridos.
Mas não tenha dó:
você me toca de ouvido.
tom- semitom-tom-tom- tom-semiton-tom
tom-tom-semiton-tom-tom-tom-semitom
Continua...quero longa introdução
e coro convulso, abafado
Bocas coladas,
Repete,
repete
repete,
esse refrão.
O andamento,você faz
o ritmo,eu peço.
Olhos nos olhos,voz de baixo,
diferentes melodias...
Ai, que todo dia é nota dez
em harmonia!
Sexto Dia
Sempre estive aqui.
Fiz a poeira tornar em esferas,
a pedra virar pó
e após milhões de auroras
à sua espera,
decidi:
Arqueozoicamente
-quero dizer
quando aqui era um só continente-
lhe fiz de terra, espuma,
sangue e vento
(cozinhei tudo em fogo lento)
Assim nasceu
minha agradável criatura,
meu amor descartável,
homem degradé,
biodegradável.
Você será o petróleo
da próxima civilização.
Verei os restos
da sua história
brotarem do chão.
Meteora
Calcinante,
bebo teu sêmen
ajoelhada em devoção.
Teu segredo é decifrado finalmente!
E meu presente:
a submissão.
Mas nessa hora
entro em combustão!
Ah! não te falei?
Sou meteora!
Transformei em cinzas a paixão.
Sendo assim,
te cuspo fora
volátil,
apagado de mim.
Poemas do livro "Leoa ou Gazela, Todo Dia é Dia Dela", Ed Utopia, 2009
Poemas de Flá Perez
Reviewed by Flá Perez (BláBlá)
on
19:33
Rating: 5
Gostei do dueto e da levada, a batida maneira do tom e do semitom. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirPrezada Flá!
ResponderExcluirOs seus poemas são, de fato, muito ricos em significado, mas este GEOGRAFIA, é algo de espetacular: forte, arrebatador, carregado de lirismo. Parabéns mesmo!
obrigada, pessoal!
ResponderExcluirbjbjbjbj
Flá Perez