Poemas
por Wellington Souza.
RÉQUIEM
Formigas , também insones
andam cheirando espreitando
restos de doçuras pedidas
esquecidas e amanhecidas.
Restos de doçuras.
Abelhas de todos os tipos gozam do sabor
do néctar em flor
como em moças de
frescura virgem.
Gozam da água na fonte.
Pertenço ao nicho das formigas
alimentando-me
de belezas já mortas
às vezes sob a luz da lua
noutras
no breu total.
ROSA
Quando...
...nos achamos fortalezas
impenetráveis
duros e senhores
de nossas vassalas:
as emoções...
uma borboleta amarela
atômica
pousa em nosso ombro
e semeia todo o campo
de visão.
De vez em quando mexe as anteninhas...
mas repousa
serena,
nas suas preocupações de borboleta.
E todos os muros cedem.
OLHARES ABISSAIS
Olhos ao relento
profundo mar
e, tal qual
infestado de criaturas
abissais e amedrontadas
cegas
em fissuras e à espreita.
Olhos turvos
em que não se vê
nada disso
quando tentamos penetrá-los,
envolventes que são.
Mas meu espírito táctil percebe
mesmo estando no raso
– nas lágrimas que teima em vão verter;
que nesse oceano
há muitos monstros
cuja única defesa
é a profundeza
de si
e que suplicam companhia
pois não suportam existir.
BUDA PAGÃO
Tudo é tu – nada mais é eu.
O Eu morreu
e não pela nobre causa da transcendência espiritual
ao revés
a idolatria da carne o fez se sacrificar
e nem
ao menos
floresceu no adubo
o “nós”.
*
Créditos da imagem: Olhares.com
Como uma formiga ..., por Wellington Souza
Seu saber avança, mas ao mesmo tempo vc evita o que poderia ser ciclico. A Poesia aguçará seu mundo subjetivo, dispertará novos rumos; porém, vc sempre terá talhado no casco as origens... familia (inclusive B2)
ResponderExcluir