I Concurso Literário Benfazeja

Poemas de Luana Dias




ninguém nunca me parou pra ver com as mãos
ninguém nunca tentou me ler com o tato
hoje todos vêem com os olhos (por isso o amor é cego)
é contato, não contrato
tudo o que escrevo é minha alma
às vezes sólida, noutras derretida
nem sempre sou a morte
posto que sua ausência nem sempre é vida
caminho torto molhado de sangue
ferida aberta que mostra o mundo
sujeito ausente no presente leva
o oco do corpo que do pó vira terra
ôh guerra!
fratura de mente pequena
que faz da tristeza motivo de vingança
a vida não é o infinito que dá voltas
mas é certeira em deixar lembranças.





e se eu morasse no amanhã?
colecionaria todos os meus agoras
aquele olhar que demora
aquele deixar aberto enquanto tudo o que queria era fechar a porta
o que eu sou
senão metade de uma pequena parte
esperando outras partes
pra fazer sentido todo esse quebra cabeça
qual é a parte em que me despedaço
por crise ou tristeza
e implorar pelos olhos (porque evito palavras)
por um abraço que me solde
por um mundo que me molde e ao mesmo tempo me deixe livre
mas que o amor não me prive, mas me solte
quero estar em você
pra poder me achar em mim
no infinito dicionário das palavras malditas
dito que sim
sim! Eu me desfaço do espaço
pra te pertencer
e me encontrar
no fim.




há tanta gente que é nó
porque não sabe ser plural.





nada que a dor não acenda
quando todo o resto apaga
:
o hematoma na pele
a ferida na alma.






Luana Dias
Luana Cristina Ferreira Dias, nascida em Itanhomi-MG. Aos 5 anos de idade foi para Rondônia com os pais. Mora em Porto Velho, aos 19 anos, iniciou o curso de Direito. Luana descobriu a alma poética aos 18 anos, desde então não parou de escrever a essência do seu ser.
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Créditos da imagem: (pode deixar que eu preencho isso)
115: No More Dirty Looks, por Genna G

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