poeSZeja 1
ATAQUE
por Caranguejúnior
Aponta o arco
Atira a flecha
E acerta
Seguindo a seta
Enquanto corro
Lança na sorte
A lança de perfume
Que perfura
E cura
Enquanto fujo
Joga o dardo certeiro
Dispara o morteiro
Vivo-letal
E melífero
Enquanto surto
Arma a arma
Amar... dilha
Em qualquer ilha
Há milhas
Enquanto sumo
Dispara seus olhares
Perfurocortantes
Beijos sufocantes
Afagos paralisantes
Enquanto amo-te
Sem colete a prova de amor...
*
MEU BEM
por Maresy Poetry
Vê a VIDA
Vide VIDA
Vejo-te
do bem
Bem VIDA
Bem VIDA Fazê-la assim bem
E assim o seja VIDA Benfazeja
É o bem
E ao bem
Façamos o bem
Meu bem
*
OBJETOS E APEGO
por Wellington Souza
I
A aeronave rompe,
na noite,
distâncias.
II
E a televisão
funambulesca
falseia risos.
III
O cigarro
me enche o peito
sacia
depois desfalece.
Metáfora para o amor.
IV
Resta essa guimba,
escrevendo versos secretos e
acariciando seus cabelos
com a televisão muda
e atento aos aviões e automóveis
que têm a coragem
de romper.
*
MINHA TRIBO
por André Al. Braga
Acordo Eu
Levanto Filho
Visto-me Vendedor
Consumo coisas
Saiu Transeunte
Embarco Passageiro
Funcionário pontual
Relaciono-me Cliente
Almoço Freguês
Cidadão no balcão
Saio Aluno
Bebo Amigo
Namoro Amante
Volto Filho
Deito Eu
Vivo só em tribo
*
MÃOS
por Cláudia Banegas
Estas são minhas mãos
Mãos que a tragédia poupou
Entre tantos mortos, meio vivo cá estou
Perder tudo num minuto
Nada pode ser tão bruto
A não ser a imagem do que restou
Estas são nossas mãos desesperadas
"Pauvres mains" pedintes, conseguintes, desamparadas
*
Créditos:
Imagem: Wellington Souza
Poemas:
ATAQUE, por Caranguejúnior. Pode-se ler mais textos do autor através do site poetas do Tiête.Imagem: Wellington Souza
Poemas:
OBJETOS E APEGO, por Wellington Souza. Poema do Sétimo Caderno de Poesia.
MINHA TRIBO, por André Al. Braga. Retirado de seu site pessoal, Mundo ID
Nenhum comentário