RAP-OEMA
Poema, por Caranguejúnior.
Eu só preciso de uma caneta
E vários sonhos com asas
Habito o olho mágico das casas
Não quero ser comido
Pelas moscas varejeiras
Que entram nas cabeças
E fazem a festa
Como entram nas lixeiras
Cheias de bactérias
Que sugam a inteligência
A decência
Derramando decadência
Sobre os pensamentos
Desligados
Quero viajar pelos telhados
Acumular palavras destiladas
Por todos os lados
Que cheiram a etanol
Gasolina aditivada
Ideias em ponto de fulgor
- Desce mais uma garrafa de amor, por favor...
Quero poesias pixadas
Nas fachadas
Nas sacadas
Nas calçadas
Poesia erradas
Certas
Poesia em linhas retas
Que me façam esquecer
E fugir para algum lugar
Que não seja aqui
Nem lá
Poesia na faixa
Que até Gaza iria gostar
Olhar da janela
E ver um mundo melhor
Dos arranha-céus às vielas
Do bairro nobre à favela
Todos juntos unidos em um só
País
É o que a gente sempre almeja
O que a gente sempre quis
Trabalho, dignidade
Comida na mesa e um trocado pra cerveja
Gente sorrindo e feliz
Amor, paz, união e confiança
Ainda tenho esperança
Que esse mundão vai mudar
A terra gira
As flores nascem
E tem gente que só tá nesse mundo de passagem
Parados, aguardando o urubu vir beliscar
Eu quero é me movimentar
Pois, até o sabiá sabe assobiar...
A humanidade precisa um pouco mais
De dois “P”
Paz e Poesia!
Paz para sobreviver
E Poesia pra ajudar a
Viver !...
Caranguejúnior
*
Para ler mais contos do autor, clique aqui
Créditos da imagem:
nestas ruas-I, por Mariana Viana do Castelo
Nenhum comentário