Chernobyl
Conto para a seção Fantásticos, por Ryan Honório*.
Na noite de 26 de abril de 1986 a quase exatos vinte e cinco anos. O reator central da usina nuclear de Chernobyl, entrou em superaquecimento depois de uma constância de erros nos comandos do computador central do reator. Por volta de uma hora da madrugada a explosão aconteceu. A nuvem extensa recobriu toda a cidade de Chernobyl. O material altamente radioativo foi lançado a quilômetros de distância e contaminou pessoas, a vegetação e animais.
Somente trinta horas depois o alerta de vazamento nuclear foi emitido. Porém já era tarde demais. Boa parte da população estava morta ou sofrendo mutações genéticas. As células contaminadas expandiram-se rapidamente por todo o organismo dos que sobreviveram. Seres mortos-vivos vagavam pela cidade coberta de neve. Corpos inertes ao chão eram devorados em segundos pelos zumbis de olhos amarelados.
Os zumbis vagavam pelas cidades em busca de corpos. Cerca de dois dias depois eles já haviam agrupado cerca de dez mil. O essencial para os quase cinquenta zumbis sobreviverem por um bom tempo nas ruinas da usina.
Os anos se passaram e o caso acabou por cair no esquecimento. Na cidade fantasma, só os zumbis vagavam nas noites frias de inverno. Porém o dia que o alimento ficou escasso chegou. Dos cinquenta apenas sete haviam sobrevivido por entre os escombros da usina. Com o caminhar lento deixaram os arredores da usina e partiram na direção de Kiev. A guarnição do exército ucraniano que mantinha uma base permanente em todas as saídas da cidade sempre mantinha a visão voltada na direção frontal para evitar que um desavisado adentrasse na cidade contaminada. Mas nunca voltavam à visão para trás. Nunca até o dia em que perceberam “humanos” a passos curtos e tortuosos aproximando-se atrás do posto. Os militares advertiram os transeuntes que pareciam não entender ou simplesmente não acatar as ordens. Tiros foram disparados, mas os indivíduos teimavam em continuar a caminhada. A dez metros de distância os olhos dos militares puseram-se a arder impedindo que continuassem o tiroteio.
- Base bravo para base delta alerta de segurança. - Foram as últimas palavras de um dos soldados antes de cair ao chão inerte contaminado com a radiação nos corpos dos mortos-vivos. Os níveis de radiação nos zumbis eram tão altos, que levaram poucos segundos para os soldados morrerem contaminados.
Os sete zumbis recolheram as armas que os soldados portavam e partiram num dos jipes camuflados do exército. Por essa hora o comando geral do exército já havia sido avisado sobre o alerta de segurança na base bravo. Veículos blindados se deslocavam para o local em alta velocidade. Quando avistou faróis esbranquiçados, subindo a estrada que levava a entrada oeste da cidade, o zumbi que guiava o jipe o manobrou bruscamente para fora da estrada. O comboio passou a toda velocidade na direção de Chernobyl e os zumbis deixaram o veículo e passaram a andar a esmo. O silêncio foi cortado pelo avião caça que cruzou o céu na direção de Chernobyl. Pelo rádio outros soldados em solo informaram o código de rastreamento do jipe. Com dedos rápidos e habilidosos o piloto inseriu o código alfanumérico no display da aeronave. Um circulo verde expandiu-se e recolheu-se por algumas vezes rapidamente e alvo foi localizado. O ponto vermelho aparentemente estático em meio à mata rente a estrada do acesso oeste piscava em quanto o piloto dava a volta na aeronave.
Os putrefatos zumbis quando perceberam a volta íngreme do avião caça puseram-se a correr de modo desordenado. O arrastar de uma das pernas era característica de todos, eles tinham metade de seu corpo quase paralisada. Tentavam sem sucesso correr em meio à neve gélida na fronteira entre Kiev e Chernobyl. O piloto passou e identificou o alvo. Á frente fez a curva e diminuiu a altitude da aeronave para mil pés. Durante a descida ele pressionou o botão vermelho no manche por duas vezes. Dois misseis partiram céleres na direção de seu alvo. Com sorte o piloto não teria que disparar novamente. E foi o que aconteceu os misseis de alto poder de destruição atingiu o jipe reduzindo-o a migalhas a radiação contida ali foi extinta. Cinco dos mortos estavam dentro da área de destruição dos misseis morreram atingidos pelos destroços. Os dois que conseguiram se safar adentraram a floresta e as suas pegadas foram ficando-se na neve até se perderem em meio à vegetação. Até hoje não foram mais vistos, mas tenha certeza que vivos. Muito vivos.
*
O autor
Nascido em João Pessoa, PB. Ryan Honório é um novato no mundo da literatura fantástica. Seu foco principal é em contos e estórias vampirescas.
Em breve concluirá um livro intitulado de Agatha: As sombras da noite e mantém um blog com o mesmo título onde publica contos e séries sobre os mais variados temas.
Somente trinta horas depois o alerta de vazamento nuclear foi emitido. Porém já era tarde demais. Boa parte da população estava morta ou sofrendo mutações genéticas. As células contaminadas expandiram-se rapidamente por todo o organismo dos que sobreviveram. Seres mortos-vivos vagavam pela cidade coberta de neve. Corpos inertes ao chão eram devorados em segundos pelos zumbis de olhos amarelados.
Os zumbis vagavam pelas cidades em busca de corpos. Cerca de dois dias depois eles já haviam agrupado cerca de dez mil. O essencial para os quase cinquenta zumbis sobreviverem por um bom tempo nas ruinas da usina.
Os anos se passaram e o caso acabou por cair no esquecimento. Na cidade fantasma, só os zumbis vagavam nas noites frias de inverno. Porém o dia que o alimento ficou escasso chegou. Dos cinquenta apenas sete haviam sobrevivido por entre os escombros da usina. Com o caminhar lento deixaram os arredores da usina e partiram na direção de Kiev. A guarnição do exército ucraniano que mantinha uma base permanente em todas as saídas da cidade sempre mantinha a visão voltada na direção frontal para evitar que um desavisado adentrasse na cidade contaminada. Mas nunca voltavam à visão para trás. Nunca até o dia em que perceberam “humanos” a passos curtos e tortuosos aproximando-se atrás do posto. Os militares advertiram os transeuntes que pareciam não entender ou simplesmente não acatar as ordens. Tiros foram disparados, mas os indivíduos teimavam em continuar a caminhada. A dez metros de distância os olhos dos militares puseram-se a arder impedindo que continuassem o tiroteio.
- Base bravo para base delta alerta de segurança. - Foram as últimas palavras de um dos soldados antes de cair ao chão inerte contaminado com a radiação nos corpos dos mortos-vivos. Os níveis de radiação nos zumbis eram tão altos, que levaram poucos segundos para os soldados morrerem contaminados.
Os sete zumbis recolheram as armas que os soldados portavam e partiram num dos jipes camuflados do exército. Por essa hora o comando geral do exército já havia sido avisado sobre o alerta de segurança na base bravo. Veículos blindados se deslocavam para o local em alta velocidade. Quando avistou faróis esbranquiçados, subindo a estrada que levava a entrada oeste da cidade, o zumbi que guiava o jipe o manobrou bruscamente para fora da estrada. O comboio passou a toda velocidade na direção de Chernobyl e os zumbis deixaram o veículo e passaram a andar a esmo. O silêncio foi cortado pelo avião caça que cruzou o céu na direção de Chernobyl. Pelo rádio outros soldados em solo informaram o código de rastreamento do jipe. Com dedos rápidos e habilidosos o piloto inseriu o código alfanumérico no display da aeronave. Um circulo verde expandiu-se e recolheu-se por algumas vezes rapidamente e alvo foi localizado. O ponto vermelho aparentemente estático em meio à mata rente a estrada do acesso oeste piscava em quanto o piloto dava a volta na aeronave.
Os putrefatos zumbis quando perceberam a volta íngreme do avião caça puseram-se a correr de modo desordenado. O arrastar de uma das pernas era característica de todos, eles tinham metade de seu corpo quase paralisada. Tentavam sem sucesso correr em meio à neve gélida na fronteira entre Kiev e Chernobyl. O piloto passou e identificou o alvo. Á frente fez a curva e diminuiu a altitude da aeronave para mil pés. Durante a descida ele pressionou o botão vermelho no manche por duas vezes. Dois misseis partiram céleres na direção de seu alvo. Com sorte o piloto não teria que disparar novamente. E foi o que aconteceu os misseis de alto poder de destruição atingiu o jipe reduzindo-o a migalhas a radiação contida ali foi extinta. Cinco dos mortos estavam dentro da área de destruição dos misseis morreram atingidos pelos destroços. Os dois que conseguiram se safar adentraram a floresta e as suas pegadas foram ficando-se na neve até se perderem em meio à vegetação. Até hoje não foram mais vistos, mas tenha certeza que vivos. Muito vivos.
*
O autor
Nascido em João Pessoa, PB. Ryan Honório é um novato no mundo da literatura fantástica. Seu foco principal é em contos e estórias vampirescas.
Em breve concluirá um livro intitulado de Agatha: As sombras da noite e mantém um blog com o mesmo título onde publica contos e séries sobre os mais variados temas.
Blog: http://agathavampira.blogspot.com
Twitter: http://twitter.com/Ryan_R1
Facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001849277798
*
Créditos da imagem: Olhares.com
exótica... ao pé da porta, por Silverio Santos
Nenhum comentário