O casal

Apaixonados. Muito apaixonados.

Sentados, estão de mãos dadas todo o tempo. De pé, não se falam: só se beijam.

Ele se levanta, vai ao mar, boia um pouco, levanta-se e acena pra ela. nada um pouco, para, vira-se, acena pra ela.

Ela vai ao mar, molha as pernas e volta. Ele se ergue da cadeira e a recebe com beijos, muitos beijos.

Sentam-se. Ele na cadeira, ela na areia. Mãos dadas desconfortáveis.

Levantam-se novamente, para mais beijos, abraços, carinhos, carícias.

Estão em público, não se esquecem, mas quase não resistem. As mãos deslizam, descem, chegam perto, sobrem novamente, exploram os lados, descem, sobem rápido. Fecham-se, sôfregas.

Ela, menos pudor, explora-lhe quase todo o corpo. Rosto, pescoço, nuca, peito, costas, braços, bunda, coxas.

E os beijos.

Não são jovens. São da paixão adulta. De praia com tempo fechado com chuva na cara. Da felicidade do estar, simplesmente, assim, juntos, num fim de semana. E se comemoram ali, sem fim.

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