Pindorama (ou Ilá de Odé)
Poema de Willian Delarte.
Oxosse arredio
percorre a seiva
e selva dos poros
enverga no fígado um arco luminoso
e na roda e gira dos dois pulmões
sob o peito estufado
(minimalista urucum traçado)
arma uma atlética dança
preparando em conserva
dentro de mim
sua primordial sopa dos sonhos.
Odé caçador
sussurra um ilá menino
a ninar,
implodir ouvidos -
faz emergir na mata dos pêlos
estelares tucunarés adormecidos
fisgados no anzol de aorta trançada
ressoada
ressoada
como onça ressuscitada
pintada e contornada no espectro rancoroso do mapa.
*poema do projeto poético inédito "Gira Hiperestesia", aqui dedicado a todo nativo Dono da Terra que perdeu sua vida, seu chão e sua cultura, e que vem perdendo o pouco que resta - em especial aos índios Kaiowás Guaranis.
Foto Ilustrativa: Ilê Axé Palepá Mariwo Sessu - 2011(Fernanda Procópio)
Alguns trabalhos da fotógrafa no link: www.flickr.com/fernandaprocopio
Email: fotofeprocopio@gmail.com
Seu blog como Educadora em Fotografia Blog Fernanda Procópio:
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