Poemas

Poemas de Alessandra Cantero.
1 - cultivo
há que dedicar-se
ao desastre
o milimétrico
cuidado de
sucumbir
à superfície
ao desastre
o milimétrico
cuidado de
sucumbir
à superfície
cabisbaixo
e agradecido
ao pó
ao fio
ao cisco
e seu estrago
catastrófico
submergir
ao átomo
há que perder-se
no artifício
perder
objetivos
e depois
de esbanjar
desproporções
e desencaixes
regressar
louco
amnético
e arte
2 - mulher
encosto a parede
afasto a porta
reforço
o seio q
sustenta
a janela
sem
maçaneta
acendo e abro
o corpo
na tela
com um
pouco
dos cacos
das cores
das costas
do colo
das queixas
dela
e agradecido
ao pó
ao fio
ao cisco
e seu estrago
catastrófico
submergir
ao átomo
há que perder-se
no artifício
perder
objetivos
e depois
de esbanjar
desproporções
e desencaixes
regressar
louco
amnético
e arte
2 - mulher
encosto a parede
afasto a porta
reforço
o seio q
sustenta
a janela
sem
maçaneta
acendo e abro
o corpo
na tela
com um
pouco
dos cacos
das cores
das costas
do colo
das queixas
dela
*
foto por Nastya Kaletkina
Alessandra cantero(Alessandra Morales),compartilho contigo ser viciado em letras,como você é também ,e como leitor,aprecio seus poemáticos. Está claro,Alessandra,mesmo sob críticas, que a composição dos seus poemas ,com estilo mais concreto,não fogem às caracteríscas da composição pictórica de formação fonemática, e na busca da concretude ,essas variantes de composição podem esconder ao leitor,o verdadeiro sentido que a inspirou.Li uma crítica,que por essa expectativa que temos de encontrar o “óbvio”da linguagem comum,não reconheceu seu caractere mais primitivo na composição.Vou passar um dos seus poemas,na maneira que eu pude entender melhor sua inspiração,e espero que não me julgue arrogante,nem intencionalmente,de mudar a originalidade do poema,segue
ResponderExcluirhá que dedicar-se
“ao desastre”.
o milimétrico.
cuidado
de sucumbir
em superfície...
...cabis/baixo...
...agrade/cido...
pó
fio
cisco
um estrago?
catastrófico
submergir,emergir
ao átomo
um peder-se, fogo
e artifício
perder
objetivos
depois de esbanjar desproporções
...desencaixes...
e arte
e regressar
amnético
louco.
dessa maneira ,eu visualizei o seu poema,como o mentalizei,aliás,de uma intencionalidade profunda,gostei,Alessandra
Obrigada pela partilha, Mario! bj!
ResponderExcluirAlessandra, o segundo poema é homafetivo, não é?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaramba!Marina Allem,agora você me mostrou um "insight"erótico no poema,ah!entendi...porta...sem maçaneta,...é,até pode ser.
ResponderExcluirO segundo poema é completamente erótico, Mario! Faz parte de uma série de poemas com conteúdo aproximado, rsrs
ResponderExcluirÉ verdade, Ale. A gente pode chamar de homoafetivo se o eu lírico for feminino mas eu acho que não tem nada no poema dizendo isso mesmo. E eu não acho que deva muda nada no outro poema, Mario. Porque poesia não é discursiva, tem que ser lida nas entrelinhas também. Você fez uma leitura do primeiro que diverge da minha. Assim como está permite mais possibilidades, acho eu
ResponderExcluirMarina Allem,você fala com razão.Não quiz de forma alguma mexer no poema,mesmo porque esta bem construído.A interpretação é minha,só frisei da forma mal interpretada por uma pessoa que não encontrou o mesmo sentido que eu.Você viu no poema seguinte a sensação de afeto entre mulheres,e eu não.Poesia é assim,quando as palavras assumem ambito de mistério.
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